Define-se como vulvodínia um desconforto na região vulvar, descrita na maioria das vezes como dor em queimação e /ou ardência ou alfinetada. É classificada como um tipo de disfunção sexual. Ela pode ser localizada (pontos específicos da vulva), generalizada (por todo vestíbulo vulvar), provocada (toque, penetração) e / ou surgir espontaneamente, ou seja, pode aparecer em períodos específicos do dia durante o mês.
A dor localizada pode aparecer no clitóris (clitorodinia), lábios (vestibulodínia), ou somente de um lado da vulva (hemivulvodínia).
A etiologia ainda é desconhecida, mas sabe-se que fatores específicos podem desencadear a dor na vulva. Entre as causas mais frequentes, estão a candidíase de repetição, herpes vaginal, Lupus Eritematoso Sistêmico, câncer de vulva, episiotomia, parto vaginal recente, traumas na região entre outras. A vulvodínia é considerada a causa da dor vulvar que persiste no mínimo por três meses, quando todas as causas específicas foram descartadas ou tratadas, e ainda assim a dor não é resolvida.
A vulvodínia pode ser interpretada ou confundida com vaginismo quando na verdade ela pode ser a causa do aparecimento desta disfunção. A dor crônica na região perineal leva a formação de pontos gatilhos na pelve e músculos do assoalho pélvico, impossibilitando o toque na região e a incapacidade da mulher em manter relações sexuais.
O tratamento necessita de equipe multidisciplinar com Ginecologista, Psicólogo, Nutricionista e Fisioterapeuta, uma vez que o paciente com o diagnóstico de vulvodínia necessita fazer uso de medicamentos orais e tópicos, terapia para ansiedade e depressão, se houver, e orientação nutricional para evitar alimentos irritativos que agravem o quadro.
A abordagem do Fisioterapeuta no tratamento da vulvodínia é de fundamental importância , uma vez que a os recursos físicos que a Fisioterapia dispõe auxiliam no alívio da dor e dessensibilização local.
Atualmente surgem cada vez mais recursos para o tratamento das disfunções sexuais, no entretanto, o educar, informar e motivar o paciente ainda são os elementos primordiais para a adesão e sucesso do tratamento.
Os recursos fisioterapêuticos vão desde orientações específicas para o paciente como também a utilização de recursos como a laserterapia eletroestimulação, biofeedback, massagem perineal, uso de dilatadores vaginais e orientações de exercícios pélvicos e perineais.
Algumas orientações podem ajudar a diminuir a dor vulvar como por exemplo, não usar roupas apertadas, não usar absorvente diário, evitar o uso de ducha vaginal e manter a região hidratada.
O objetivo da Fisioterapia Pélvica é sempre restaurar a função e promover a recuperação da qualidade de vida. O tratamento proporciona melhora da saúde sexual, maior consciência do corpo e autoconfiança.
Procure sempre a ajuda de um profissional especializado!