Estenose Vaginal

O câncer de colo de útero é o tipo mais comum e o segundo tumor ginecológico mais frequente na população feminina brasileira, sendo somente superado pelo câncer de mama.

No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de colo uterino ainda são elevadas, constituindo-se em um grave problema de saúde pública. O câncer do colo do útero é uma das neoplasias malignas mais comuns entre as mulheres de nível socioeconômicas mais baixas e ocorre principalmente acima dos 30 anos de idade, com ápice na incidência entre 45 e 55 anos. O mais importante fator de risco é o papiloma vírus humano (HPV), outros fatores como início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais masculinos, maior número de filhos, higiene precária e tabagismo devem ser levados em conta. 

Os sintomas decorrentes desta patologia podem ser:

  • Sangramento intermenstrual
  • Sangramento pós-coito
  • Sangramento menstrual superior a 10 dias (menorragia)
  • Sangramento na pós-menopausa
  • Corrimento anormal fétido, sem causa aparente.
  • Alterações miccionais e evacuatórias
  • Dor pélvica.

A presença de sintomas, exame citopatológico cérvico-vaginal anormal e alterações ao exame colposcópico, indicam a necessidade de realização de exame histopatológico (biópsia), sendo o último, o responsável pelo diagnóstico definitivo. O tratamento preconizado para essas condições inclui a cirurgia e/ou radioterapia (RT)/  que pode ser externa e/ou intracavitária (braquiterapia). A quimioterapia também pode ser necessária.

Complicações decorrentes do tratamento:

  • Irritabilidade vesical / urgência e ou perda urinária
  • Diarreia
  • Alterações cutâneas
  • Fístulas intestinais ou vesicais
  • Fibrose vaginal
  • Estenose vaginal

Estas alterações podem gerar uma gama de efeitos físicos e psicológicos com repercussão negativa na saúde sexual das mulheres e de seus parceiros.  O principal impacto nestes casos é atribuído à estenose vaginal, que pode associar-se diretamente à disfunção sexual e dispareunia.

A estenose vaginal resulta do acometimento da mucosa vaginal, dos tecidos conectivos e dos pequenos vasos sanguíneos. A atrofia tecidual tardia ao tratamento com radioterapia ginecológica conduz à diminuição da espessura da mucosa vaginal, ausência de lubrificação, formação de aderências e fibroses, resultando na perda da elasticidade vaginal.  A combinação desses efeitos, em longo prazo, além de levar à disfunção sexual, pode dificultar os exames ginecológicos de rotina, indispensáveis no seguimento clínico dessas mulheres.

De um modo geral a estenose vaginal pode ser definida como o encurtamento da vagina, com valor inferior a oito centímetros de comprimento. Sabe-se que a estenose vaginal induzida por radiação pode ser prevenida pela liberação de aderências e alargamento da vagina através de relações sexuais ou pelo uso dos dilatadores vaginais.

A Fisioterapia Pélvica oferece vários recursos para prevenir e tratar a estenose vaginal, como a  eletroestimulação endovaginal, treinamento com Biofeedback, orientação para o uso de dilatadores vaginais, massagem perineal  e exercícios específicos pélvicos e perineais.

O objetivo é recuperar a elasticidade e trofismo vaginal, aliviar a dor e aumentar força, resistência e coordenação dos músculos do assoalho pélvico.

Quanto mais precoce o início da Fisioterapia Pélvica maior a chance de sucesso no tratamento e menor risco de complicações e perda de qualidade de vida!