Disfunção do Trato Urinário Inferior

Definição

A disfunção do trato urinário inferior (DTUI) é termo amplo, caracterizado
por alterações na função normal do trato urinário inferior (para a idade da
criança) nas fases de enchimento e/ou esvaziamento vesical, e na ausência de
infecção urinária, alterações neurológicas ou anormalidades anatômicas da bexiga e uretra.

A disfunção do trato urinário inferior pode conduzir a dificuldade
de armazenamento e eliminação de urina.

Afeta crianças entre 3 a 7 anos, principalmente. Proporção entre meninas e meninos é de 9:1, respectivamente. A terminologia empregada nos casos de alterações anatômicas é obstrução infravesical e nas condições neurológicas é dissinergia detrusor-esfincteriana.

Estudos têm demonstrado que a disfunção do trato urinário inferior é importante causa de alterações orgânicas como infecção urinária de repetição em crianças, encontrando-se ainda associada a refluxo vesicoureteral (RVU). Além de representar risco para o trato
urinário superior, na forma de cicatriz renal, é causa de baixa autoestima,
constrangimento emocional aos pais e crianças que resultam em isolamento
social e alterações comportamentais.

Sintomas

Enurese noturna, urgência miccional, urgência seguida de perda urinária, infecção de repetição, frequência urinária aumentada ou diminuída, presença de noctúria (acordar várias vezes para ir ao banheiro), constipação intestinal (esforço e dificuldade para evacuar), dificuldade para esvaziar a bexiga. No exame físico geralmente se identifica uma  incoordenação nos músculos do assoalho pélvico.

Os pais tendem a perceber a roupa íntima, muitas vezes, úmida e com odor característico. Em casos mais extremos, a roupa chega a encharcar. A criança tende a postergar a micção e assume posturas de contenção, como cruzar as pernas e colocar as mãos na região genital para evitar as perdas.

Orientações e Tratamento

Aplicar terapia comportamental que consiste em alterações nos hábitos diários para auxiliar na diminuição dos sintomas.

  • Adequar à ingesta hídrica
  • Manter dieta rica em fibras e evitar alimentos que favoreçam a constipação
  • Tratar a Constipação Intestinal
  • Não inibir o desejo defecatório
  • Horário de micção programado
  • Postura adequada para urinar e defecar
  • Higiene adequada e orientação no ambiente escolar.
  • Eletroestimulação para inibição vesical
  • Exercícios respiratórios, posturais
  • Treinamento muscular do assoalho pélvico com Biofeedback