Incontinência urinária feminina

A incontinência urinária é toda perda involuntária de urina, ou seja, quando a urina escapa sem que a pessoa perceba ou possa controlá-la. Apesar da incontinência urinária atingir pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, mulheres e idosos são os mais acometidos.

Estima-se que 57% das mulheres entre 45 e 65 anos apresente algum tipo de incontinência urinária. É uma condição que envolve vários fatores, afetando as mulheres em diferentes faixas etárias. Apesar da alta prevalência é ainda um assunto pouco discutido. Muitas pacientes não falam no assunto por não valorizar o problema achando que é algo natural do envelhecimento e somente procuram uma equipe especializada quando a disfunção já se encontra em grau avançado.

A incontinência leva a perda da autoestima e insegurança de frequentar locais públicos, acarretando grande impacto na qualidade de vida.

Fatores de risco para Incontinência Urinária Feminina

O assoalho pélvico feminino tem como função a sustentação dos órgãos pélvicos na posição vertical, permitindo o controle da micção e a defecação, além de papel importante na função sexual, gestação e trabalho de parto. Algumas situações podem levar ao enfraquecimento desta musculatura, levando a sua deficiência funcional:

  • Gestação
  • Parto vaginal
  • Menopausa
  • Idade
  • Obesidade
  • Atividades físicas de alto impacto (correr, saltar)
  • Constipação intestinal crônica
  • Procedimentos cirúrgicos na pelve (histerectomia)
  • Radioterapia Pélvica (Tratamento Oncológico)

Tipos de Incontinência Urinária

Incontinência Urinária aos Esforços (IUE):

Ocorre em situações de esforço como tossir, espirrar, pular, correr entre outras. Geralmente a perda urinária ocorre sem a percepção do desejo de urinar

Incontinência de Urgência ou Urge-incontinência:

É a perda urinária acompanhada por forte desejo de urinar

Incontinência mista:

Presença de mais de um tipo de incontinência. Geralmente ocorre a associação da incontinência urinária aos esforços e urgência e/ou urge-incontinência.

Incontinência por transbordamento:

É provocada por distúrbios neurológicos que afetam a contratilidade da bexiga (diminui a contratilidade do músculo dentro da bexiga- detrusor) ou por obstrução anatômica da via de saída. Ou seja, existe uma incapacidade de esvaziar a bexiga durante a micção, o que resulta em aumento da frequência de urinar e presença de acúmulo de urina na bexiga.

O transbordamento ocorre quando se atinge os limites de distensibilidade da bexiga. Ocorre em pelo menos 20% dos idosos. Clinicamente é caracterizada pela perda frequente, quase contínua, de pequenas quantidades de urina, associada a jato fraco, hesitação (dificuldade de iniciar a micção), frequência de urinar aumentada e noctúria (acorda muito a noite para urinar).

Incontinência Funcional:

Refere-se à incontinência que acomete pacientes sem comprometimento dos mecanismos controladores da micção. Está relacionada a incapacidade desses pacientes de atingir a toalete a tempo de evitar a perda de urina, seja por limitações físicas, transtornos psíquicos, déficit cognitivo, limitações ambientais, como, iluminação inadequada, banheiros de difícil acesso.

Tratamento Fisioterapêutico

Baseada em evidências científicas a Fisioterapia pélvica é indicada como método de primeira escolha no tratamento da incontinência urinária de esforço e urgência miccional.

Os recursos mais utilizados são:

  • Exercícios posturais e respiratórios
  • Exercícios específicos para assoalho pélvico
  • Eletroterapia
  • Radiofrequência
  • Treinamento com cones vaginais
  • Biofeedback
  • Terapia comportamental, são orientações para mudanças nos hábitos de vida, como: adequação da ingesta hídrica, horário de micção programado, adaptação a uma determinada atividade física, manter peso ideal, postura adequada de urinar, entre outras.