Cistite Intersticial ou Bexiga Dolorosa

A Cistite Crônica Intersticial é uma síndrome de etiologia desconhecida, que afeta a bexiga provocando uma série de sintomas irritativos como sensação de espasmo ou de pressão na bexiga, noctúria, frequência e urgência miccional acompanhadas de dor vesical, que frequentemente é aliviada após a micção ou após uso de analgésicos. A dor pode ser relatada durante a relação sexual , na região suprapúbica, inguinal (virilha), períneo e vulva  na mulher, e região do pênis, testículos, reto ou escroto no homem. Os sintomas podem aparecer de forma rápida ou gradualmente com períodos de agudização e remissão de acordo com dieta, estresse mental e ambiental. É uma condição tratável, porém, raramente curável. É rotulada como cistite recorrente ou síndrome uretral, nas mulheres, e como prostatite abacteriana nos homens.

O diagnóstico é essencialmente clínico, ou seja, de acordo com sintomas do paciente e de exclusão, devem- se excluir outras patologias como cistite medicamentosa, bexiga hiperativa, obstrução na uretra, dentre outras que possam provocar sintomas similares à cistite intersticial. Exames como o Estudo Urodinâmico, Cistoscopia com biópsia vesical e o teste de potássio, podem auxiliar no diagnóstico. Em geral, os exames de análise da urina e urocultura apresentam-se negativos, porém, são fundamentais para descartar infecção bacteriana.

A mudança nos hábitos alimentares também pode contribuir para a diminuição do sintoma. Em 51% a 62% dos casos, os pacientes conseguem identificar comidas ou bebidas que causam a exacerbação dos sintomas. Esses alimentos incluem bebidas alcoólicas, refrigerantes, café frutas cítricas, vinagre, bananas, queijos, maionese, aspartame, entre outros.

Nos últimos anos, a síndrome da bexiga dolorosa passou a ser tratada como uma disfunção do assoalho pélvico, onde a atuação da Fisioterapia se faz muito importante na melhora da qualidade de vida dos pacientes, já que pode contribuir para o alívio ou diminuição da dor, diminuição dos sintomas de urgência urinária e normalização do tônus dos músculos do assoalho pélvico uma vez grande parte dos pacientes com a síndrome da bexiga dolorosa apresentam hipertonia destes músculos.

A Fisioterapia Pélvica auxilia no tratamento  e tem resultados positivos na melhora sintomatológica, além do fato de ser uma abordagem minimamente invasiva com baixa incidência de efeitos colaterais.