O termo incontinência anal (IA) é utilizado para englobar a perda involuntária tanto de material fecal (sólido ou líquido) quanto de gases. É caracterizada pela incapacidade de manter o controle fecal em local e tempo socialmente adequados. Embora afete ambos os sexos em todas as idades, a incontinência fecal é oito vezes mais comum em mulheres do que em homens na população geral, sugerindo fatores obstétricos em sua etiologia. A incontinência anal é resultado do enfraquecimento parcial ou total dos músculos do assoalho pélvico.
O problema é um tabu, já que a maioria dos pacientes relutam em mencionar essa condição tanto pelo constrangimento quanto pelo desconhecimento das possibilidades de tratamento. Apesar do prejuízo sobre a qualidade de vida, apenas metade dos pacientes relata o problema aos seus médicos voluntariamente. Na maioria dos casos elas reduzem suas atividades físicas e sociais, comprometendo sua autoestima, ocasionando insegurança, isolamento e depressão.
É uma doença de grande preocupação de saúde pública nas sociedades em envelhecimento, já que tem em suas causas múltiplas condições clínicas. Sabe-se também que entre 50% e 70% dos pacientes que sofrem de incontinência urinária apresentam associação com incontinência fecal.
Entre as desordens anorretais benignas, a Incontinência Anal e a Constipação intestinal crônica, têm maior efeito sobre a qualidade de vida dos pacientes. Além do impacto físico, social e emocional, a Incontinência anal acarreta em elevado custo para o sistema de saúde e para o paciente, incluindo gastos com dispositivos de proteção, medicamentos, tratamento cirúrgico e reabilitação.
Uma série de condições pode causar incontinência anal:
- Parto vaginal (episiotomia e fórceps)
- Cirurgias: esfíncter, Doença hemorroidária, Fissura anal
- Constipação intestinal (o esforço repetitivo e excessivo realizado durante o ato de evacuar leva há uma alteração (denervação) crônica dos músculos do assoalho pélvico
- Doenças do intestino: Doença de Crohn, Síndrome do Cólon Irritável
- Fatores psíquicos
- Fatores endócrinos
- Acidente Vascular Encefálico, Diabetes Mellitus, Hérnia de disco, Esclerose Múltipla
- Demência
- Envelhecimento
A Fisioterapia tem como objetivo reeducar os hábitos defecatórios, através da terapia comportamental, e recuperar a conscientização dos músculos do assoalho pélvico , facilitando o processo evacuatório.
A terapia comportamental inclui orientações como:
- Adequar ingesta hídrica
- Orientação Nutricional
- Respeitar o desejo evacuatório
- Estimular a prática de atividade física diária (caminhada)
- Adotar postura correta para ir ao banheiro
- Facilitar o acesso ao banheiro (iluminação, retirar tapetes do caminho)
- Usar roupas adequadas para pessoas com limitação funcional (preferencialmente com elástico na cintura)
- Manter higiene adequada para evitar assaduras e dermatites
O Tratamento Fisioterapêutico inclui a utilização de recursos como: Treinamento do assoalho pélvico com equipamento de Biofeedback, Eletroestimulação, treinamento com balonete retal e exercícios respiratórios, abdominais, pélvicos, perineais, associados à reeducação postural.
A atuação da Fisioterapia na Reeducação Anorretal vem crescendo, não somente pelos bons resultados obtidos, mas também pelo embasamento científico nas pesquisas sobre o tema.
Converse com o seu proctologista e se informe mais sobre a Fisioterapia Pélvica!
Ela pode trazer de volta sua qualidade de vida!