A dor secundária ao procedimento cirúrgico pode ser resultado de hematomas, do posicionamento com os braços abertos durante a cirurgia, de lesão de músculos, ligamentos ou de nervos na maioria dos casos. A queixa dolorosa pode ter início em horas, semanas ou meses após o procedimento cirúrgico. Definida como dor crônica quando persiste por período superior a três meses após a operação.
– Dor da mama fantasma: É a experiência sensorial dolorosa da mama removida como se esta ainda estivesse presente.
– Neuralgia do nervo intercostobraquial ou Intercostobraquialgia: Definida como dor, queimação ou alterações sensitivas na distribuição do nervo intercostobraquial, com sintomas localizados na face anterior do tórax, axila e na metade superior e interna do braço do lado afetado. Acontece em consequência do tratamento cirúrgico com ou sem esvaziamento axilar, mas a maior frequência está relacionada à abordagem sobre a axila onde o nervo intercostobraquial, por sua proximidade, pode ser lesado.
– Escápula alada: Relatada como dor no ombro em repouso e identificada ao exame físico presença de escápula alada. Verificada logo após a cirurgia quando há lesão do nervo torácico longo que inerva o músculo serrátil anterior e tem como função auxiliar na estabilização da escápula. A lesão do nervo torácico longo no pós-operatório de câncer de mama geralmente é parcial e reversível, com desaparecimento da escápula alada após alguns meses da cirurgia em 70% dos casos.
A recuperação do nervo (se não houver lesão total) pode ocorrer no período de um mês até dois anos, durante esse período é recomendado acompanhamento com um fisioterapeuta para evitar futuras complicações no ombro como bursites, tendinites, ombro congelado e contraturas musculares.
O fisioterapeuta avalia as alterações motoras, sensitivas e dolorosas e direciona o tratamento para a melhor recuperação funcional da paciente no pós-operatório, podendo prescrever:
– Exercícios assistidos progressivos para amplitude do movimento do ombro até o limiar doloroso
– Fortalecimento, estabilização e alongamento muscular
– Estímulos sensitivos com temperaturas e texturas diferentes
– Eletroterapia para o controle da dor
– Bandagem elástica (Kinesiotaping)
– Laserterapia para regeneração e cicatrização tecidual
– Terapias manuais para tratar pontos dolorosos por tensão muscular compensatória
